“Os bombeiros só recebem palmadinhas nas costas”

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Sessão solene do 125º aniversário dos Bombeiros de Felgueiras teve vários momentos relevantes…O presidente da direção, Arnaldo Freitas, foi crítico e pediu mais apoios, dizendo que o poder central pouco dá aos bombeiros.

ARNALDO FREITAS ENTREGA CAPACETE DA FARDA DE GALA A FIRMINO VIEIRA, ADJUNTO DO COMANDO DO QUADRO HONRA

A sessão solene das comemorações do 125º aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Felgueiras ficou marcada pelas condecorações, pelo reconhecimento do papel altruísta dos soldados da paz, mas também pelo tom crítico do discurso do presidente da direção da Associação Humanitária.

Além da entrega do crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses ao comandante Júlio Pereira (ver notícia publicada este domingo) e das distinções a alguns bombeiros da corporação, teve especial realce a condecoração aos Bombeiros locais pelo Ministério da Administração Interna com a Medalha de Mérito de Proteção e Socorro, no grau ouro e distintivo azul, bem como o discurso crítico do presidente da direção em relação aos apoios do poder central.

CONVIDADOS NA SESSÃO SOLENE

Arnaldo Freitas referiu que escreveu a sua intervenção “para dizer apenas o que deve dizer e não o que lhe vai na alma”, dando a ideia de que iria ser duro no seu discurso na presença de representantes do Governo, da Proteção Civil e da Liga dos Bombeiros Portugueses.

“Ao longo deste anos todos, tenho ouvido intervenções e discursos, mas os problemas dos bombeiros ainda não foram ainda resolvidos e persistem”, começou por dizer.

JÚLIO PEREIRA E HUGO RIBEIRO, COMANDANTE E 2º COMANDANTE

“Comemoramos 125 anos de serviços à comunidade. Que este marco sirva de inspiração futuras gerações neste serviço de altruísmo. Homens e mulheres escolheram este caminho de serviço ao próximo sem nada em troca, verdadeiro altruísmo, que merece ser elogiado”, acrescentou.

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No entanto, não escondeu a mágoa pela falta de apoios. “Estamos orgulhosos pelo grandioso passado repleto de serviço ao próximo da corporação, mas é um orgulho muitas vezes magoado e desrespeitado por aqueles que têm a obrigação de apoiar de uma forma objetiva e não apenas através palavras de circunstância proferidas em função da conveniência de cada um deles”, disse.

PATRÍCIA GASPAR

“Ao fim de tantos anos envolvido na vida dos bombeiros, sinto grande tristeza e frustração por não termos sido capazes de alterar este estado de coisas. Refiro-me às reinvindicações feitas para estes homens e mulheres que do Estado apenas recebem palmadinhas nas costas e palavras bonitas. Isso, não chega, é preciso mais, muito mais”, observou.

GALERIA DE IMAGENS

Dirigindo-se em concreto à Secretária de Estado, Arnaldo Freitas lembrou que o que tem sido pedido ao longo de décadas ao poder central, continua a ser esquecido. “Continua tudo na mesma…a lista de reivindicações que foram apresentadas há quatro anos, quando a Senhora Secretária de Estado esteve entre nós (inauguração da ampliação do quartel) continua por resolver”, lembrou.

ASPETO DA MESA DE HONRA

Ao presidente da autarquia, Nuno Fonseca, responsável pela Proteção Civil no concelho, Arnaldo Freitas, lançou o desafio de ver o apoio reforçado. “Espero continuar a contar com o apoio da Câmara Municipal, mas sinto alguma tristeza por não poder oferecer hoje a estes homens o equipamento de proteção individual de combate a incêndios”.

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Nuno Fonseca garantiu que “vai estar sempre ao lado dos bombeiros” e que “os apoiará no que precisarem”, lembrando que alterou a política de apoios financeiros da edilidade “porque os bombeiros precisam de pão na mesa todos os dias”, numa alusão ao facto de serem atribuídos subsídios regulares à corporação e não apenas “de cinco em cinco anos”.

Patrícia Gaspar, além de ter elogiado os BV Felgueiras pelos seus 125 anos, constatou que “apesar de tudo, os bombeiros hoje recebem mais apoios do que há alguns anos atrás”. E disse compreender a angústia de quem tem a missão de gerir as associações de bombeiros do país, um exemplo de voluntariado e serviço que considerou “sem paralelo na sociedade”.

MOMENTO DA SESSÃO SOLENE

O presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, Duarte Costa, por seu lado, defendeu “que é necessário repensar o modelo de financiamento dos bombeiros, com coragem e tranquilidade”, uma vez que o cenário atual é “difícil” dado que o “Estado não tem dinheiro para tudo”.

Marcaram ainda presença na cerimónia o presidente da Assembleia Municipal, José Campos, comandante honorário da corporação de Felgueiras, a vereadora Rosa Maria Pinto, o deputado Pedro Melo Lopes, o vereador do PSD, Hugo Martins, o presidente da União de Freguesias, José Lemos, o presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito do Porto, representantes da GNR e da Marinha, representante da Liga dos Bombeiros Portugueses, dos órgãos sociais dos Bombeiros de Felgueiras e de instituições locais.

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