Espaço histórico da Refontoura, vai ser valorizado com a criação de um projeto de agro-turismo. A Quinta da Torre e a sua casa, que alberga uma boa parte da história da freguesia, irá “transformar-se” num projeto de turismo diferenciador entre a natureza, os kiwis…


Entre os pomares de kiwi, espalhados por um manto verde em 4,5 hectares de terreno, surge a Quinta da Torre, onde está edificada a Casa da Torre, edifício umbilicalmente ligada à história da Refontoura.
A casa senhorial, do século XVIII, será transformada num projeto de agro-turismo pelas mãos de Filipe Marinho, um empreendedor que quer “preservar a identidade e a memória de um local rico em história”, proporcionado igualmente o “contacto com os kiwis”.
As previsões apontam para que dentro de cinco anos, o projeto esteja concretizado. Dar uma nova vida à Casa da Torre, exaltar a sua história e aliá-la à modernidade da produção de kiwis é “o sonho de vida” de Filipe Marinho, entusiasmado com este projeto que é “o maior da sua vida empresarial”.
A fachada da Casa da Torre apresenta o brasão e a escultura de um sardão em pedra, inferindo-se que é daqui que nasce o epíteto “sardões” aplicado à comunidade da Refontoura.
A Casa da Torre está de pé. O interior preserva tudo o que é histórico, desde o mobiliário às relíquias nas paredes, outrora do Capitão Daniel Guimarães, que prestou relevantes serviços ao Exército, tendo sido galardoado, em 1932, com o Grau Oficial da Ordem Militar de Cristo. Esta figura, que era muito respeitada na Refontoura, onde foi Regedor, viria a fundar, com outros felgueirenses, a Adega Cooperativa de Felgueiras.


A fachada da Casa da Torre apresenta o brasão e a escultura de um sardão em pedra, inferindo-se que é daqui que nasce o epíteto “sardões” aplicado à comunidade da Refontoura.
A Capela também está preservada, especialmente no seu interior. O altar e os elementos laterais estão em bom estado de conservação.


Dar uma nova vida à Casa da Torre, exaltar a sua história e aliá-la à modernidade da produção de kiwis é “o sonho de vida” de Filipe Marinho, entusiasmado com este projeto que é “o maior da sua vida empresarial”.
Filipe Marinho quer tornar o espaço num verdadeiro “museu vivo” que mostre “esta parte da história da Refontoura” e proporcione “contacto com os kiwis” numa simbiose perfeita entre o património, o lazer e um fruto muito valorizado que também distingue Felgueiras”.




Como tudo começou
Em 2015, Filipe Marinho iniciou a plantação de kiwis. A produção começou cinco anos depois. Hoje, os 4,5 hectares produzem cerca de 130 toneladas.
“Inicialmente a quinta foi arrendada para a produção de kiwis. Mas, acabei por a comprar com o objetivo de criar aqui um projeto de turismo. Valorizar este espaço cheio de história que outrora foi do Capitão da Torre, um oficial do Exército, figura importante da freguesia, mostrar o fruto da terra é o que se pretende”, conta.
“O projeto está em andamento. Nos meus 45 anos, dei a conhecer este espaço a um grupo de 50 amigos. Pretendo aos 50 anos de idade, concluir este projeto, e disponibilizá-lo para todos os que queiram ter uma experiência positiva entre a história e os kiwis de Felgueiras”, garante Filipe Marinho.


“Margaridinha das Bicicletas” deu origem ao Bicycle House
Filipe Marinho não é um estreante nestas andanças do turismo local.
Em Vila Verde, Felgueiras, tem outro projeto concretizado há algum tempo e que tem sido procurado por portugueses, mas sobretudo por estrangeiros. Entre os que procuram este alojamento local, contam-se chineses, japoneses, americanos, ingleses e holandeses e gente de outros quadrantes do globo.
“Este alojamento local em Vila Verde, o Bicycle House, surgiu em homenagem à minha avó que tinha o apelido de “Margarinha das Bicicletas”, porque como andava muito rápido a pé, as pessoas da época diziam que ela parecia uma bicicleta, daí o nome…”, explica Filipe Martinho.
O Bicycle House nasceu numa casa de 1751, agora modernizada para receber os turistas. “A procura é superior à oferta, neste momento”, revela Filipe Marinho.
“Quem fica no Bicycle House, vem conhecer a Casa da Torre. Trago-os aqui e ficam encantados. Até dizem que se desse ficavam por aqui…”, revela.
“No fundo, a Casa da Torre funciona como um museu da história da Refontoura. Quem visita o espaço, gosta e muito, mas quando o projeto estiver concluído vai ser uma mais valia, valorizando a Refontoura e todo o concelho”, observa.
Para Filipe Marinho, este projeto de turismo vai ser “diferenciado porque será o único do género em Felgueiras”, notando que “há cada vez mais turistas que querem este tipo de oferta, que alie o património secular com o verde da região”.
“É o meu projeto de orgulho, sem dúvida. Temos um serviço completo para os turistas que inclui desde transfers do aeroporto para Felgueiras, podemos levá-los a visitar o que quiserem, oferecemos um serviço completo, mais valia para quem desejar passar uns dias ou umas férias num sítio que une a história à natureza, num projeto de turismo sustentével, cultural e de proximidade”, concluiu.

