Oh não! Outra birra?!

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“A birra é comummente percebida como um comportamento consciente da criança para testar limites e desafiar os adultos”

Sempre que ouvimos a palavra “Birra”, imaginamos de imediato uma criança deitada no chão de uma loja aos gritos, a chorar e a agitar o seu corpo de forma descontrolada. Imaginamos também o desafio que será para os pais agir adequadamente num momento como este, algo que de facto reparo na minha prática profissional.

A birra é comummente percebida como um comportamento consciente da criança para testar limites e desafiar os adultos. Dessa forma, é normal que os pais se sintam impotentes e se questionem quanto às estratégias que devem adotar.

A verdade é que as birras são muito mais do que o comportamento observável e conhecer o cérebro da criança e o papel que ele tem na regulação emocional é o primeiro passo para conseguir lidar com elas.

Se fica difícil para um adulto, por vezes, controlar emoções e comportamentos, porque é esperado que as crianças o consigam fazer de forma autónoma? Para conseguirmos regular as nossas emoções e os nossos comportamentos, precisamos que todas as partes do cérebro se integrem e funcionem em conjunto. Como o cérebro dos mais pequeninos está longe de estar totalmente desenvolvido, é expectável que as birras ocorram com frequência.

A birra é uma reação neurobiológica que surge num momento de desregulação emocional. É um mecanismo que a criança encontra para comunicar que se sente zangada, triste, preocupada ou que alguma necessidade não está a ser satisfeita. Assim, a birra nada mais é que um pedido de ajuda ao adulto. A criança precisa que os pais mantenham a calma e o autocontrolo para que possam ajudá-la a organizar as suas emoções. Reações como gritar, bater, envergonhar ou castigar terão o efeito oposto e aumentarão a libertação de substâncias “negativas” no cérebro da criança, como a adrenalina e o cortisol, provocando uma maior desregulação.

Assim, acreditem que se conhecerem o verdadeiro significado da birra, conseguirão encontrar as melhores estratégias para acolher e auxiliar as nossas crianças com mais amor, empatia e conexão.

Joana Pires | Psicóloga da Infância e Adolescência | Mestrado Integrado em Psicologia | Especialização em Psicopatologia e Psicoterapia da Criança e do Adolescente

Podem acompanhar o meu trabalho na página de Instagram: joanapires.psi ou no Facebook: Joana Pires – Psicóloga.

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